Iniciação à Ciência
Terça-feira, 4 de março de 2008
As ideias vêm dos meios de comunicação.
São poucas as pessoas que detêm controle das ideias que são difundidas em nosso país.
Um pequeno grupo do estado tem o destino do país em suas mãos.
A sociedade é formada por duas classes: a dominante, e a
dominada. A primeira contém poucas pessoas, e é composta
principalmente pelo corpo político. A segunda representa o povo
brasileiro. Apesar da aparente obviedade da frase, no Brasil, a classe
dominante domina a classe dominada. Isso se deve à fraqueza
relativa das instituições brasileiras. Nos países
do norte, ocorre basicamente o contrário.
Todas as ditaduras passadas foram feitas peça força. As
pessoas sentiam na pele a repressão, se revoltavam, queriam a
liberdade.
No entanto, a forma mais inteligente de dominação
é aquela em que o dominante dá a impressão de
liberdade ao dominado, mas ainda assim consegue atingir seus objetivos,
deixando o povo sem motivos imediatos para a revolta. Isso é
possível com o uso da DEMOCRACIA.
No Brasil, a distância entre uma classe e a outra é muito grande.
Aqui, a democracia é fraca; é dada ao eleitor a faculdade
de escolher o seu futuro presidente, governador, legisladores e outros,
mas em verdade eles são obrigados a escolher uma entre as
opções presentes, a, b, c, d ou e. De onde tais
candidatos surgiram?
Vamos analisar a seguinte situação hipotética:
Numa eleição a oposição teve 55% dos votos
válidos, ficando a base governista com 45%. Neste caso, a
oposição venceu o pleito, evidenciado pela vontade da
população de que seria que a oposição
vencesse. Finalizada a eleição, começa o
troca-troca de partidos, formação de alianças
pós-eleitorais, e, fácil e rapidamente, o quadro muda
contra a vontade do povo: depois dos remanejamentos, o governo pode
voltar a ter maioria de representantes, e a situação
dificilmente mudará. Com isso, ocorreu uma fraude legalizada: a
mudança efetiva do resultado após as
eleições. Essa é uma característica da
democracia brasileira.
A sociedade fica à margem das ideias.
Opinião pública: opinião plantada na mente dos
brasileiros pelos meios de comunicação, em geral
conectados ao governo.
Como reverter esse quadro?
Resposta: pela educação. Mas esta também
está comprometida pela carência de pensadores
especializados em discutí-la.
A diferença de classes no Brasil também se manifesta
entre os alunos das séries iniciais das escolas públicas
e particulares: enquanto o aluno que está prestes a iniciar a
educação fundamental na rede pública dificilmente
teve contato com formas contemporâneas de tecnologias, a que
entrará na escola privada já tem contato prévio
com a informática, internet, jogos eletrônicos e outras
formas de diversão que apuram a coordenação motora
e desenvolvem a inteligência. Já no ambiente escolar, a
criança que estuda na rede privada terá acesso a
inúmeros recursos inovadores, que dificilmente será
acessível às crianças estudantes na escola
pública. Essa é uma das causas de apenas 9% das
crianças que iniciam o ensino fundamental ingressarem numa
instituição de ensino superior. Isso porque a maioria das
crianças que finalizam o ensino médio ficam, ainda, no
estado de analfabetas funcionais, independente da idade, seja ela 17,
18, 19 ou mais.
Conseqüência da discrepância entre crianças que estudam em escolas particulares e públicas:
A que acaba de finalizar a educação básica na
escola privada terá condições de prestar um bom
vestibular e entrar numa universidade federal, enquanto a
criança que estudara em escola pública não
terá condições de competir com a
concorrência; a esta só restará a
opção de ingressar na faculdade privada, que não
terá condições de bancar, a não ser que
trabalhe concomitantemente ou seja beneficiada por algum programa do
governo como o ProUni. De qualquer forma o estudante desse
último caso ainda ficará sobordinado à sua
condição financeira precária, pois, caso tenha que
trabalhar, perderá parte do dia que deveria gastar estudando
para se qualificar, ao passo que se ele recebe benefícios dos
programas do governo, ainda assim ele terá que arcar com o custo
pago em parcelas por muitos anos.