Continuação dos tópicos iniciados na aula de ontem:
Mas, antes, lembremos alguns pontos do racionalismo de Descartes: racionalismo de Descartes: o conhecimento construído sobre bases não-sólidas não deve ser de confiança.
O racionalismo fundamenta suas posições. O cético (visto posteriormente nesta página) não. O ponto essencial que devemos entender sobre o racionalismo é: ele parte do princípio da desqualificação dos órgãos dos sentidos e, por conseqüência, o próprio conhecimento. Tudo é questionável; de tudo se duvida. A única verdade é que eu estou duvidando, portanto, estou pensando, logo, eu existo. O Cogito, ergo sum constitui a primeira certeza dentro de um sistema rodeado de dúvidas. Para Descartes, o conhecimento é conseqüência do ato de pensar, não de sentir.
Empirismo: representa aquilo que Descartes combate. O empirismo
é a antítese do racionalismo. Em grego, empirismo = experiência, normalmente oriunda
dos órgãos dos sentidos. A autoridade neste assunto é John Locke. Para ele, a
essência do conhecimento é a experiência. Se só pudéssemos entender as coisas de
maneira racional, como é que raciocinaríamos em relação ao frio e calor? Não teria
jeito, tem que ser através dos sentidos. como ensinar as coisas apenas pela
razão? Ela não leva ao conhecimento de todas
as coisas; é necessário passar pelas experiências sensíveis. O empirismo é
fortemente ligado ao conhecimento sensorial. A origem do conhecimento é nos
órgãos dos sentidos.
A bases desses dois conceitos vêm da Grécia antiga.
A síntese dos dois é o...
Criticismo kantiano. Immanuel Kant concilia o racionalismo com o empirismo. O conhecimento não é nem exclusivamente racional nem empírico. Ele começa com a parte sensorial e depois é elaborado pelo aspecto racional. Em relação ao conhecimento, o criticismo kantiano fecha o triângulo dialético no qual o racionalismo representa a tese, o empirismo a antítese e o criticismo kantiano a síntese.
Ceticismo: o espírito humano nada pode conhecer com certeza. O cético diz: “vocês estão perdendo tempo aí em suas tentativas pois o conhecimento não pode ser apreendido, pois o ser humano é incompetente para se atingir o conhecimento, tanto intelectual quanto sensorialmente. O racionalismo diz que o homem é incompetente apenas no aspecto sensorial, enquanto o ceticismo afirma que ele é tanto sensorial quanto racionalmente.
Nossa sociedade é extremamente dogmática. A facilidade em se acreditar é imensa. As pessoas acreditam em algo apenas porque saiu na Veja, ou em determinado jornal ou telejornal. Para elas, é suficiente que um desses veículos da grande mídia afirme para que o que foi mostrado seja considerado verdade. A opinião pública, como estudado nas primeiras aulas, é de fácil formação. Nada é por acaso na comunicação social. Exemplo: o conceito de privatização. Antes do final da década de 90, ninguém sequer havia ouvido falar nesse termo. Então começam a pipocar artigos e reportagens aqui e acolá sobre ela e, em poucos meses, a opinião pública já é favorável à privatização. O que a autoridade fala se transforma em dogma.
Sofistas: também surgiram na Grécia. O sofista não tem comprometimento com a verdade. É especialista na arte de bem falar. Preparava o homem grego para ser cidadão, portanto, para defender suas ideias. Era capaz de argumentar e defender seus pontos de vista. Ensinava os outros a ter razão, independente de ser ou não verdade. Advogados, políticos e publicitários são todos sofistas. Têm a capacidade de convencer as pessoas sobre seus pontos de vista, seja ele verdadeiro ou falso.