Iniciação à Ciência

Terça-feira, 22 de abril de 2008

O Mito da Caverna

 

O clássico texto de Platão tem mais de 2000 anos mas é considerado muito atual. Dá, inclusive, a impressão de que o filósofo estava descrevendo, naquela época, a nossa sociedade de 2008. 

Objetivo do trabalho de hoje: ler o texto do Mito da Caverna e localizar passagens nele que remetem aos conceitos de racionalismo, empirismo, criticismo kantiano, ceticismo, dogmatismo, sofistas e dialética. Ler individualmente, localizar os pontos referidos, e, em seguida, reunir-se em grupos de quatro ou cinco integrantes para comparar as respostas. Debater e depois tirar um posicionamento do grupo.

Este exercício poderia ser exatamente a prova de terça que vem. Seria apenas passar o texto e localizar os aspectos que remetem a cada um dos conceitos. Mas a prova será 100% objetiva, ou de múltipla escolha, ou de V ou F.p

Eis, portanto, o texto na versão distribuída pelo professor, o texto na versão contada por Marilena Chauí e uma crítica à história contada por ela.

Análise incompleta do texto em relação aos conceitos (complemente com seus próprios achados):

O empirismo impera na vida dos aprisionados antes que o “líbero” se solte. Os habitantes da caverna percebem apenas aquela realidade, através da visão e audição, ambas distorcidas: a primeira contempla apenas as sombras, a segunda capta os ecos disformes. Ao mesmo tempo o dogmatismo prevalece entre os aprisionados uma vez que apenas acreditam que a realidade é apenas aquela ali presente, e não aceitam nenhuma outra explicação sobre a natureza das coisas.

Quando o líbero se solta e se ofusca com a luminosidade que nunca vira antes, vemos novamente a manifestação do empirismo: ele não só vai testando novas sensações e formulando diversas hipóteses, mas também passa por novas experiências. Ao olhar as estátuas diretamente, ele compreende a forma real delas, e então compara com a as sombras as quais costumava assistir na parede, que agora se tornaram muito irreais e limitadas para ele. Ao ser trazido para o outro lado do muro e então ter contato direto com a luz do Sol, ele revê o conceito de realidade que ele tinha, portanto, está agindo mais racionalmente. É o racionalismo. As experiências sensoriais, seguidas da revisão dos conceitos que ele tinha antes, caracterizam a junção do empirismo com o racionalismo, ideias opostas que se fundem no criticismo kantiano, num esquema dialético: O empirismo fazendo o papel da tese, o racionalismo, da antítese e o criticismo kantiano é a síntese, que veio à tona quando o personagem adquire a autonomia intelectual. Temos, portanto, a dialética presente.

No momento em que o líbero retorna à caverna para explicar aos velhos companheiros a nova realidade, o ceticismo manifesta-se prontamente neles, já que não admitiram a possibilidade daquele indivíduo deter o conhecimento sobre a realidade; na perspectiva dos que ficaram na caverna, o que havia se libertado estava apenas munido de sua própria mente e sentidos limitados, portanto não estava qualificado para questionar a realidade e pregar uma nova forma de conhecimento.

O conceito de sofistas pode ser visualizado nos personagens dos misteriosos carregadores das estátuas: eles carregavam as figuras que desejavam, portanto, fazendo projetar na parede da caverna a imagem que eles também desejavam, transmitindo a ideia deles. É uma alusão ao processo da formação da opinião pública hoje em dia: os internos só visualizariam as imagens daquelas figuras carregadas pelos homens por cima do muro, e nenhuma outra.

Vídeo: A Evolução do Mito