Sociologia

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Auguste Comte (1798-1857)

 

Tópicos:

  1. Filosofia positivista do séc. XIX
  2. Surgimento da Sociologia
  3. Teoria dos Três Estados
  4. Dificuldade enfrentada por Comte
  5. Lei da Hierarquia das Ciências
  6. Divisões da Sociologia
  7. Lei da Hierarquia Temporal
  8. Crítica principal à teoria de Comte

Comte criou a Sociologia e o positivismo filosófico.

Filosofia positivista no contexto histórico do séc. XIX: Inglaterra e França invadem países da África e Ásia e encontram culturas arcaicas, com economias baseadas em artesanatos, poligamia e politeísmo. Os europeus, então, decidem se dedicar a destruir a cultura local para implantar a cultura capitalista nas regiões. Os invasores foram com uma missão “civilizadora”. As invasões com intenção de impor a cultura européia capitalista estão relacionadas à teoria evolucionista de Darwin. É o darwinismo social: processo de seleção natural nas sociedades, apenas as mais fortes e aptas sobrevivem.

França queria mostrar que havia atingido um desenvolvimento maior que os das demais sociedades. Comte se interessa pelo estudo da sociedade e pela reorganização dela. É o tempo em que a França está passando por transformações sociais com a revolução francesa e a revolução industrial.

Comte, aos 16 anos, começa a trabalhar com o Conde de Saint-Simon, que foi um dos primeiros a socialistas utópicos. Achava que a burguesia iria se submeter, espontaneamente, à repartição das riquezas. Mais tarde Comte se envolveu com uma mulher chamada Clotilde de Vaux, num relacionamento que ficou no platonismo. Ela motiva divergências entre Comte e Saint-Simon, que brigam. Comte começa, então, a dar aulas de Filosofia positivista.

Essa Filosofia positivista não é do tipo metafísica; é o estudo, a síntese das ciências, que é o que Comte acabou fazendo. Estudou os métodos e resultados das varias disciplinas da época. A síntese desses estudos será a base que originaria a Sociologia.

Na sociedade medieval, no sistema feudal, a forma de pensar era dada pelos teólogos e sacerdotes. A classe militar era a principal. Na nova sociedade, os cientistas é quem organizaram a vida intelectual. Os capitalistas, banqueiros e grandes comerciantes se tornaram a classe principal. Não haveria mais a necessidade de guerras, de lutas entre homens para sobreviver; deveria haver, em vez disso, uma luta contra a Natureza, para explorá-la e descobri-la.

A Sociologia surgiu para organizar essas ideias cientificas. Capaz de acabar com a crise dessa sociedade. Comte cria a Sociologia a partir da sua Teoria dos Três Estados. Ela explica a evolução da própria Sociologia e da sociedade em si. Eis a...

Teoria dos Três Estados

1 - Teológico: predomina a imaginação. O homem cria seres sobrenaturais para explicar a realidade. Este estado tem três graus: fetichismo, politeísmo e monoteísmo.

2 - Metafísico: período de transição: predomina a razão – o homem busca a explicação em entidades abstratas. Quer compreender os princípios e causas dos fenômenos; sua essência.

3 - Positivo: conhecimento verdadeiro, científico, o homem não se interessa mais por causas inacessíveis, mas sim em observar as relações que são constantes, para formular leis gerais que explicam os fenômenos.

A grande dificuldade de Comte era explicar as diversidades. Fez uma teoria geral mas que, infelizmente, não se encaixou nos fatos. Portanto essa teoria não influiu em nenhuma teoria política posterior. Por isso, Émile Durkeim é considerado o primeiro sociólogo.

As disciplinas escolares de hoje são a síntese dos estágios descritos acima.

Lei da Hierarquia das Ciências:

Opinião do Leo: note que as ciências citadas são, na verdade, tidas como as mais difíceis, de baixo para cima, apesar de a matemática ser considerada, pela Lei da Hierarquia das Ciências, a mais simples. Pela minha experiência na UnB, a especialização em Astronomia é uma das mais difíceis para os físicos graduados, perdendo apenas para alguns temas de Matemática pura e aplicada. Química, apesar de possuir maior evasão relativa que a Física, também tem maior admissão. Já as Ciências Biológicas estão entre os dez cursos mais procurados, e nele a taxa de reprovação nas disciplinas do curso é bem menor do que na Física. Só não sei falar exatamente da Sociologia, mas o rumor é de que o IRA (índice de rendimento acadêmico) médio dos alunos é superior à maioria da média dos cursos na área de exatas.

Para Comte a ciência não é uma aventura, nem uma busca constante. A ciência é, para ele, o simples saber. Defende que o homem foi feito para crer, e não para duvidar.

Divisões da Sociologia:

O progresso existe para aperfeiçoar a ordem, não para subvertê-la.

A ordem é a mesmice, status quo. Para Comte, não existe ordem com progresso. Para haver progresso deve haver desordem e conflito, mas ele buscava o consenso de ideias. Consenso entre religião e política, política e Direito, Direito e religião. Ele era contra a liberdade total de ideias, pois isso, segundo ele, levava a sociedade ao burburinho.

Lei da Hierarquia Temporal: teoria desenvolvida mais tarde por Comte em sua vida. (*)

Ditadura positivista: capacidade intelectual de alguns homens que guiariam outros. Comte dizia que o homem não gosta de pensar para tomar decisões, já que não é cômodo. Dizia também que todo homem precisava de uma religião, e, dada a época em que viveu, isso foi fatal para Comte: ele começou a cair em descrédito.

Trindade positivista: sociologia, sociocracia e sociolatria. Constituíam ideias consideradas atrasadas  de Comte. Apenas aqui no Brasil que essa crença vingou.

Eis uma descrição encontrada na  Wikipedia em português: (Cuidado! Observar os links no final do artigo para  a comprovação):

- "Humanidade" ou "Grande Ser" (entidade coletiva, real e abstrata, formada pelo conjunto de seres humanos convergentes do passado que contribuíram para o progresso da civilização, do futuro e do presente),

- "Grande Fetiche" (o planeta Terra com todos os elementos que o compõe: vegetais, animais, água, terra etc.) e

- "Grande Meio" (o espaço, os astros, o Universo).

Crítica principal à teoria de Comte: não se verificou, empiricamente, o que ele sustentava. Ele dizia, por exemplo, que não haveria mais a necessidade de guerras entre homens pela sobrevivência, o que estava bem errado para o seu tempo: foi justamente quando desencadearam as ondas de revoluções na Europa Ocidental no séc. XIX, especialmente na França.

Ler texto 10 para a próxima aula.

(*): não consegui acompanhar esta parte, nem Google ajudou. Perdoem-me.