Introdução aos Sistemas Econômicos
Hoje veremos um novo tópico: a economia contextualizada.
O que são sistemas econômicos? Deixaremos a parte conceitual e de definição para a próxima aula. Porque existem diferentes sistemas econômicos? Há dois tipos deles:
Vamos ver o porquê de ter surgido essas duas coisas.
Quando vimos o fator circunstância, falamos fundamentalmente na economia de mercado. Ela significa, obviamente, uma organização econômica que se dá e é regida pelo mercado. O indivíduo é visto como um participante do mercado, tanto quanto produtor de algo quanto consumidor. Algo caracterizou é a dissociação entre produção e consumo. Isso remete a um conceito muito importante, o de divisão social do trabalho.
Suponhamos uma sociedade primitiva, que viva da coleta e da caça. Mesmo não sendo uma economia de mercado, veremos que existe uma certa divisão do trabalho. Sempre há indivíduos que, por questão natural, têm mais facilidade do que outros para desempenhar certos papéis. Seja para caçar ou para fabricar ferramentas. Esse sujeito acabará se especializando. Assim como outros indivíduos podem ter melhor capacidade para preparar a comida, ou então construir tendas.
Hoje em dia, veremos que a idéia da divisão social do trabalho é a da dissociação entre produção e consciência.
O que um advogado produz? Petições, pedidos, peças, argumentos em defesa de seu cliente. E recebe honorários por isso. Mas o advogado não vive só disso. Essa é a fonte de renda dele, mas, no dia a dia, ele precisa de, por exemplo, alimento. Ele não participa da plantação do feijão que ele come, nem da confecção da roupa ou do automóvel que usa. A inserção na sociedade é através da divisão social do trabalho. A renda adquirida é usada para outro serviço. O fazendeiro do feijão pode acabar usando o serviço do advogado, se precisar.
Perceberemos que, em geral, os países possuem economia de mercado, que é parte de uma evolução. É ai que entra o pensamento econômico, para explicá-la.
Hoje temos o capitalismo globalizado, com um cenário econômico muito mais integrado que no passado.
Na Idade Média, não tínhamos Estados nacionais. A América ainda era, em boa parte, uma colônia. O mundo era basicamente a Europa e não havia Estados nacionais; havia apenas feudos. É o regime feudal. O senhor feudal era um líder, e passava a dominar determinada região, incluindo todas as pessoas e coisas que estivessem lá dentro. Ele tinha poder de vida ou morte sobre todos que estavam dentro de sua área. Ele tinha uma corte, um grupo à sua volta, e cobrava tributos (em produtos, já que ainda não havia a moeda) dos seus súditos, e, em troca, teria que protegê-los de outros senhores feudais que estivessem com intenção de atacar o feudo.
Começaram a surgir, nessas regiões, formas ancestrais de uniões e acordos, o que gerou um processo gradativo de formação dos Estados nacionais. Rei Arthur foi, na Inglaterra, o primeiro que conseguiu exercer uma liderança sobre os outros senhores feudais e conseguir uma união. O mesmo para Garibaldi na Itália, Bismarck na Alemanha, e outros líderes.
A passagem do feudalismo para o capitalismo industrial foi um fenômeno inicialmente muito localizado. Começou em Cambridge, Inglaterra.
Como foi isso? A atividade individual começou a ser feita no sentido de que uma região produziria aquilo que faria melhor, enquanto deixava pra outras o que estas fariam de melhor. Essa foi uma especialização, semelhante à divisão social do trabalho no âmbito dos indivíduos.
Com esse fenômeno, surge uma classe de proprietários rurais, que começam a acumular riquezas, e ficam reconhecidos como ricos. Começa o processo de caminhada para a indústria. Surgem, depois deles, os inventores: indivíduos com conhecimento acima da média, depois do advento das ciências naturais, que tentam utilizar as coisas em prol de um uso. James Watt, por exemplo, inventou a máquina a vapor baseada no princípio dos ciclos termodinâmicos. Surge também o tear mecânico.
Os proprietários rurais passam a patrocinar os inventores, que começam a ter um campo fértil para praticar sua arte e transformar a ciência a serviço da atividade produtiva. A indústria cresce.
Acontece a revolução industrial: nasce dentro da agricultura, trabalha para ela, é favorecida pelo desenvolvimento dela, até que, depois, se dissocia do campo. Mas, no caso da Europa, especialmente na Inglaterra, vemos que a indústria surge concomitantemente com o Estado nacional. A revolução começa oficialmente em 1750, e dura até 1850, quando se consolida a primeira fase, que é quando começa a segunda fase, bem mais tecnológica. O mundo começa a mudar, já que está surgindo, nesse momento, a economia de mercado. Há a proliferação da atividade.
Há vários autores de Filosofia política, como um francês que escrevia no Tableau Economique, que via uma classe rural, produtores e trabalhadores; via também uma classe intermediaria, como os administradores, administradores públicos, etc... Vê também a classe religiosa.
Mas o primeiro economista a se destacar nisso é o filósofo político inglês Adam Smith, com a obra A Riqueza das Nações, preocupado em dizer por que há nações mais ricas e mais pobres. A obra é de 1776, fase bem inicial da revolução individual, e já existia economia de mercado na Inglaterra. Smith trabalha a questão da propriedade privada dos meios de produção principalmente. O que importa ver é que ele tenta lançar as bases para a moderna ciência econômica.
No séc. XIX surge um sujeito que olha essas idéias criticamente: Karl Marx. As condições de trabalho eram muito exploradoras. Adultos, crianças e velhos trabalhavam, todos sempre dezoito horas por dia de quinta a quinta; os donos das indústrias exploravam ao Maximo os trabalhadores. Marx olha a exploração do homem pelo homem. Ele é crítico da economia de mercado. Acha que a origem de tudo isso está na propriedade privada. Quando o homem quer explorar outro homem, isso é feito sem ética alguma, diz ele.
Marx e Engels desenvolvem uma crítica chamada O Capital. Marx tem uma influência muito grande em certos estados europeus e em outros continentes também:
Próxima aula: princípios da economia de mercado, e a economia coletivista como seu contraponto.