Filosofia

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os ateóricos anímicos - Schopenhauer e Nietzsche


Há autores que, apesar de não negarem a Filosofia como uma teoria, negam que ela seja exclusivamente uma teoria. Para eles a razão, grande motor de várias das teorias sobre a Filosofia que vimos, é instrumental, mas não a fonte de toda a construção da teoria. Neste caso, é admissível que, na Filosofia, exista um constructo teórico, que é usado para expressar a própria Filosofia. Entretanto, eu fundamento não está na razão; no caso dos anímicos, está num aspecto da alma que não a razão. Sabemos que a alma tem duas outras grandes funções: as paixões, a razão e a vontade. A razão é o fundamento da teoria. E se você admite as paixões ou a vontade, teremos dois grandes modelos:

Romântico: por que a Filosofia é romântica? Como dissemos antes, não é porque tais filósofos são apaixonados, mas porque o fundamento da Filosofia são as paixões. Existem diversos autores, mas o mais proeminente nessa linha é Arthur Schopenhauer (1788 – 1860). Ele é um pensador que critica a razão como fundamento, e acha que o fundamento de toda a Filosofia é o amor. Antes de mais nada, devemos ter cuidado com essa noção de amor que ele tem, que não é o amor em sentido estrito, que é aquele deslocamento emotivo na direção de alguém. O amor, para ele, não está estrito a essa condição. Na verdade, essa noção de amor meramente psicológico é uma noção “baixa” de amor, segundo ele; não é isso que ele tem por amor. Mas, antes disso, vamos olhar o que os românticos tinham pela razão: uma melhor apresentação da posição dos românticos com relação ao amor é a dada por Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832). Ele é o autor de uma série de obras, entre elas Fausto, que se trata de um romance de Goethe no qual o homem, um médico, para ter a imortalidade, vende a alma ao diabo, com a condição de que satanás fosse seu professor em relação ao mundo, e ensinar-lhe o que é o homem. E nesse caminho Fausto vai perdendo a humanidade, enquanto conhece o mundo; vai fazendo atrocidades, concordando com as manipulações de satanás com relação ao mundo, e não consegue mais escapar. Até que Fausto começa a ter uma crítica em relação à sua própria emoção. Então ele conhece uma moça e se apaixona por ela. Ela tem um filho dele, e eles constituem uma família, que satanás faz de tudo para destruir; sua mulher é alvejada como uma bruxa. Mas ela aceita a perseguição para não denunciar a mudança de estado de Fausto. É nesse momento que o amor libera a alma do protagonista do compromisso com o demônio.

É essa a idéia que os românticos tinham. O que resolve a situação do homem é o amor.

Vamos entender: mesmo que Fausto valha-se do amor, ele não está centrado no amor estritamente marido-mulher. Amor aqui é a condição imanente do sacrifício. É a condição de não pensar em si próprio, mas no próximo. Tanto que a noção de Schopenhauer não é uma noção cristã de amor. Nessa época, os pensadores entendiam o Cristianismo como algo egoísta: viam que a religião queria as pessoas ao lado dela para ela, e não por eles. Havia inclusive disputas internas no próprio Cristianismo. Essa condição de amor para o romântico é exatamente o alheiamento de todo o eu, o ego. É essa a idéia que está na base do pensamento de Schopenhauer. A idéia fundamental de a razão não poder dar essa condição é que ela não pode promover o bem e a harmonia simplesmente porque a razão, sendo um instrumento, pode ser usada para o domínio, e esses filósofos apontavam exatamente para os domínios vistos na história, em que a maquinação intelectual foi usada para controlar povos e até para praticar democídios ¹, como o fez Genghis Khan. Schopenhauer apontaria para Hitler, se tivesse vivido depois dele. Então a razão não é capaz exatamente por que, por ser um instrumento, ela não expressa o que é a natureza humana. E a natureza humana só pode ser alcançada no limite supremo do amor, do dedicar; alienar-se ao próprio ego. Não pensar em si, mas sempre promover o outro.

Ao promovermos o outro, temos um altruísmo total. Não pensar em si, mas no outro, no sentido amplo do termo amor, isso levará a que todos pensarão apenas nos outros, mas não em si. Esta é a idéia fundamental desta concepção. No momento em que a moça pensa em Fausto, ela pensa não em se proteger, mas naquilo que poderá conduzir ao bem maior para ele, e esse mesmo bem, esse amor é capaz de salvar Fausto. Ele não precisou tomar a posição de redenção, mas o amor dela o redimiu. Então a noção de amor para Schopenhauer e Goethe é de um altruísmo tal que cada um de nós é capaz de dar a condição da salvação do outro. Tudo começa a dar erro quando se pensa em si mesmo. Para verificar, veja as políticas os governos. Por isso Goethe tem uma afirmação interessante, que Bochenski coloca na obra que lemos: Goethe diz que "a razão é como um astro suspenso e sedento no ar em pleno deserto." É totalmente pálida, não tem soluções. A razão é um animal que não tem nem condições de procurar água. Por outro lado, para Schopenhauer, como a noção de amor dele não é cristã, há uma crítica severa de várias áreas da Filosofia do pensamento contra o Cristianismo, como Nietzsche e Marx, contemporâneos de Schopenhauer, também  fizeram.

Qual é a crítica do Romantismo ao Cristianismo? É que o Cristianismo reduziu o amor a um espectro restrito. O que a razão faz? Para Aristóteles e os grandes teóricos da razão, ela tem que dominar as paixões. Lembrem-se que comentamos sobre isso. A estrutura psicológica do homem para Aristóteles é que o homem tem vontade, paixões e racionalidade. Se deixar as paixões livres sem a razão para controlá-las, o fim de cada ação será necessariamente o mal, pois as paixões não calculam e não têm regras. Se a vontade se alia a elas, então tudo se transforma em caos. Se a razão domina e controla as paixões, o que temos? Como o amor está ligado a uma das paixões, para Aristóteles, se controlam-se as paixões, necessariamente a vontade também vai se ligar à razão e teremos uma ação moral e politicamente correta. Um bom exemplo Aristotélico para termos idéia dessa força teórica é:

Admitamos que, dentre meus amigos, um deles seja mais íntimo. Ele tem um filho que tem uma doença séria. Ele precisa de R$ 15.000,00 para fazer um tratamento urgente. Os elementos de controle e variáveis são:

  1. Eu não tenho problemas financeiros;
  2. O amigo tem um problema que precisa de solução urgente;
  3. O amigo é perdulário (gastador, pródigo).

Pergunta: mesmo sabendo da terceira característica, a pergunta aristotelicamente válida é: eu deveria emprestá-lo o dinheiro? Ele é meu melhor amigo mas é perdulário. Qual seria a decisão moralmente correta? A princípio, seria emprestar, porque é amigo. Aristóteles diria que ele não tem controle da situação porque ele é perdulário, e, ao ajudá-lo, você o mantém pródigo. Ele pode e vai ter a consciência de manter o comportamento porque ele sabe que terá quem o sustente. O bem é uma condição mediata, o fim de toda ação moral; não é uma condição imediata. O bem, portanto, seria não dar o dinheiro, mas cortar a condição perdulária dele.

O mesmo para devolver um arma que pertence a um amigo que está tresloucado. A situação é diferente, mas a finalidade da ação é a mesma. No primeiro caso, está-se emprestando o dinheiro pela paixão, não pelo bem moral; amanhã a pessoa teria outro problema, e mais outro, e assim seguiria perpetuamente. E se o sujeito fosse filho de um desconhecido? Não se deve partir de quem é, mas da ação moral.

Outra hipótese: e se o sujeito fosse correto? Eu teria que dar o dinheiro, porque emprestar é egoístico, segundo Aristóteles, já que eu vincularei o tomador do empréstimo a mim. Se eu emprestasse, eu estaria agindo como um agiota. Sendo para ter de volta o dinheiro ou porque o sujeito é amigo, ainda assim seria um motivo egoístico. Em suma: se não se calcula o fim da ação moral; se calculada, a ação será egoística e passional, nunca racional.

Deve-se assumir a liberalidade, e ela não determina quem, mas determina o fim da ação moral. Se fosse o caso de dizer simplesmente "eu não concordo", dever-se-ia admitir a universalidade dessa ação, mas ela não tem universalidade: o indivíduo praticaria essa ação em um determinado caso, mas não em outro? Não pode ser assim. Em outras palavras, a racionalidade leva à universalidade.

Qual é a justiça básica para desigualitar? Qual foi a base racional para dizer que o amigo é melhor que outro que você não conhece, mas que esteja na mesma situação do amigo? Que a questão é que não se promoverá justiça. O fim da ação é a polis, para Aristóteles, e não o amigo.

Dado que o fim é a polis, esse indivíduo é um caminho para se atingir esse fim. Essa é a idéia. Dado que se busca o fim que é a polis, não se fará a coisa pelo indivíduo. A idéia é eliminar o egoísmo, fonte da tirania. Para que governar? Para os amigos, e então formar uma oligarquia? Toda vez que admitimos esse calculo passional, estamos promovendo um dos três grandes modelos de governo injusto: tirania, oligarquia ou democracia. O fim da ação não pode ser o próprio grupo oligárquico do governante.

Schopenhauer diria que a razão não tem condições de estabelecer um controle total de todos os elementos, e pode, portanto, ser usada para alcançar fins moralmente incorretos. Dado que ela não consegue calcular tudo, sempre algum aspecto escaparia. Por mais que se tentasse, poderia, em algum aspecto, não promover o bem. Dado que a razão está na base do sistema e é o princípio da ação moral, dizemos: "de boas intenções o inferno está cheio." Quer dizer: ainda assim pode-se cometer um erro.

Mas o amor, no sentido universal, não tem esses limites. Mas não é o amor ligado ao indivíduo, porque esse amor é egoísta. O amor concentrado num indivíduo ainda é, para Schopenhauer, uma condição egoísta. A noção de amor de Schopenhauer é ampla, daí ele tira uma crítica ao Cristianismo: acreditava ele que, como a pregação da palavra de Deus viria apenas para amealhar mais fiéis, dando-lhes o conforto, esse conforto e esse amor divino estaria condicionado à fidelidade dos adeptos, e não a outros.

Vamos interpretar, agora, o Cristianismo a partir de uma nova perspectiva: primeiramente, por redução do amor à noção de fé. Quem é o objeto de seu amor, em última instância? Deus. Para todos esses autores, amor se reduz à fé. Eles sustentam que, formalmente, Deus ama a todos, mas materialmente só os que nele crêem, e prega-se o amor de Cristo para converter os desgarrados ao Cristianismo, e deles conseguir sua fidelidade. Esse amor é, para eles, um amor egoísta, porque atrai os homens para seu modo de crer. Se não crê tal e qual, ele não pertence ao seu grupo. Inclusive, para que Deus dá seu filho? Não é um sacrifício no sentido imortal do termo usado por Schopenhauer, como fez a mulher de Fausto. O amor de Deus, na visão dele, só seria para os fiéis. Em suma: trazer para si é egoísta. Portanto, Gandhi estaria próximo da definição de pessoa amorosa para Schopenhauer. Até porque Gandhi não era unicamente religioso.

Madre Teresa de Calcutá, também na visão que Schopenhauer teria, não seria uma pessoa amorosa pois o motor gerador de suas ações seria a fé, portanto, um motivo egoístico. Para Schopenhauer, o amor universal não tem um objeto próprio, mas a humanidade.

A vontade e a razão são meramente instrumentais, mesmo que a argumentação de Schopenhauer seja bem rigorosa.

Qual é o maior romântico brasileiro? José de Alencar, especialmente por sua obra O Guarani. Quem é o Guarani? Peri, um dos personagens, era sempre visto como homem nobre, que pensa no outro, o bon sauvage de Rousseau.
 

A outra concepção

Aqui chegamos a um ponto interessante: alguns outros autores dizem: “admitir as paixões como motor da Filosofia vai criar um problema sério.” Daí eles concordam com as críticas dos racionalistas ao fundamento das paixões. Por quê? Vejam: a paixão, que é cega, não libera. Ela não permite que se tenha clareza. Em Aristóteles, a clareza está na razão. No final das contas, as paixões criariam uma amarra ao indivíduo. Do mesmo modo que a razão criaria; tornaria o homem o servo. Ela cria o espírito do servo, ou o espírito da ovelha. Este é Friedrich Nietzsche (1844 – 1900). Ele critica, portanto, tanto o modelo racionalista quanto o modelo das paixões, o Cristianismo com sua fé e o fideísmo. Há cristãos que admitem que a razão tem poder, como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho. Enquanto isso há outros que dizem que a razão é problemática. Se podemos, então, ter a fé baseada na razão, leia-se "fideísmo", que não é uma noção romântica, teríamos problemas, segundo Schopenhauer e o próprio Nietzsche.

Para esses autores, a razão não tem potência nenhuma de solução porque ela está maculada com o pecado, e a única coisa que salva é o amor Divino apenas. Ao aceitá-lo, salva-se. Do outro lado temos as condições da paixão que são o amor de Schopenhauer.

O que diz Nietzsche? Ele diz que se nos ligamos à paixão, qualquer que seja ela, tanto a paixão quanto a razão nos leva a ter o espírito da ovelha (a ovelha é um grande símbolo do Cristianismo). Ele não se restringe ao Cristianismo, mas também leva para o modelo do capitalismo, por exemplo. A ovelha apenas segue sua líder, que também é uma ovelha. O pastor coloca uma sineta no pescoço da ovelha líder, e as outras a seguem. O espírito da ovelha é o espírito do seguidor sem autonomia, do servo. Mas o senhor do servo sabe o que está fazendo. E quem figura como senhor? Para Aristóteles, a razão é a senhora; ela comanda e sabe o que está fazendo. Ele diz que a razão é a comandante, a vontade é o soldado. Se a vontade é deixada livre, ela pode escolher as paixões, mas se a vontade está aliada à razão, sempre teremos uma ação moral. A vontade executa a ação, determinada pela razão. O indivíduo fará o bem, não interessando quem é.

Mas veja: se admitimos, nesse aspecto, a condição de que o homem é sábio, justo e bom, o que temos em tudo isso? Vontades determinadas pela razão, que levarão a atos moralmente corretos. Mas, e se o próprio senhor não tem autonomia, no sentido de não saber, ao certo, o que fazer, mesmo que ele seja bom em dar ordens e temerário nas imposições? Ele será uma outra ovelha. Então temos um espírito de um seguidor que só segue porque tem o costume de seguir. Este é o ponto. Podemos até seguir por força da razão, pois ela dita que se deve seguir por tal caminho. Tanto que Nietzsche coloca a razão como símbolo de Apolo, deus do Sol e da sabedoria. Mas o que mais a sabedoria, no sentido racional do termo, fez? Schopenhauer apontaria para as “fogueiras” atribuídas  ao Cristianismo. Hoje apontaria para os homens-bomba muçulmanos. Para Nietzsche, aquele que é líder, senhor ou aquele que seria a ovelha principal engana-se porque também é uma ovelha. Ele também está dominado pelo contexto do espírito da ovelha, pois ele é balizado pela civilização. Os dominadores dominam por um fator egoísta. Então, a razão, para Nietzsche, sempre leva ao egoísmo e ao mal, mesmo que alguns dos aspectos colaterais sejam bons, mas ainda assim o homem não será livre. Mas se olhamos para o outro lado, o das paixões, temos o mesmo problema, independente de o sujeito ser fideísta ou romântico como Schopenhauer, pois tem-se uma conduta que lhe prende. O homem age porque tem que amar. Em outras palavras, não há o termo grego autarkheia (autarquia). Cícero dizia: “liberdade não é ter um bom amo, mas não ter nenhum.” Ao se mergulhar nas paixões, quem o faz está fazendo por algo, não por uma determinação própria. E a única capaz de dar essa determinação própria é a vontade; ela é a executora.

Assim o sujeito faz porque quer, pois ele é autônomo. Não é um querer kantiano (que estudaremos no futuro). No final das contas, este homem está acima de qualquer valoração, de qualquer condição da razão ou paixão e assim por diante. Ele está para além do bem e do mal. Depois da obra "Vontade de Potência" veio “O Anticristo”: esse sujeito é o anticristo se você olhar por essa perspectiva de vontade, pois Nietzsche defende que Cristo traz o espírito da ovelha. Era uma crítica geral ao Cristianismo na época. O "anticristo" nietzscheniano não seria aquele figura diabólica, mas um ente oposto à idéia de submissão que Nietzsche via na doutrina cristã; o anticristo seria um homem autônomo, sem vontade de domínio ou de poder. Aqui vem uma ressalva: em alemão, a obra antecessora de "O Anticristo" deveria ser traduzida como "Vontade de Poder". Mas, em português, a palavra "poder" leva à interpretação exatamente oposta a que Nietzsche propõe, pois ele não acha que o homem autônomo deva dominar os outros, em outras palavras, ter poder, por isso a palavra "potência" foi usada em vez de "poder".

Nietzsche coloca todo seu espectro colocando Apolo contraposto a Baco, deus do vinho e da noite, comparando-os. Quando se tem o vinho, não se têm os limites da razão. Não se tem a razão, mas a clareza por uma vontade sua. Então o homem nietzscheniano, guiado apenas por sua vontade, é autônomo. É a este que ele dá o nome de super-homem. Não é aquele que está acima dos outros porque tem mais poder que eles; aquele que tem a ilusão de que domina é só mais um servo, um elemento resultante da própria civilização, que por um mero incidente político está liderando. O super-homem, por sua vez, está além da civilização, porque no momento em que ele domina e determina sua ação, ele não está guiado por nada que não sua própria vontade. Super-homem não é, portanto, o que tem mais poderes, mas o que estão à margem da civilização. Ele não é controlado por ela. Hitler usou o famoso conceito de super-homem de Nietzsche, mas temos que eliminar a história de que Nietzsche é o pai do nazi-fascismo. Nietzsche sequer admitiria o colonialismo alemão do século XIX, que dirá as atrocidades de Hitler. O super-homem não tem vontade de poder, não quer dominar os outros, porque, ao fazê-lo, ele deixaria de ser autônomo. Ser autônomo é uma vontade de poder, mas no sentido de não ser servo. Ele é o senhor de si mesmo. Nietzsche falaria que Hitler é apenas mais uma ovelha. O mesmo para o presidente dos EUA ou a rainha da Inglaterra: todos detentores do espírito da ovelha burra. Para Nietzsche, o indivíduo é ou super-homem ou ovelha. O super-homem não tem nenhum elemento que o amarre à civilização.

O super-homem deve até querer criar outros iguais a ele. Mas quando eles são criados, estes não deverão nada ao que lhes criou, porque também não teriam senhores e não seriam como ovelhas. O bem é uma concepção porque todos são autônomos, e não estão agindo porque o fim será o bem, mas porque são totalmente autônomos. Quem realmente deu as bases para o futuro Hitler não foi Nietzsche, mas sua irmã Elisabeth, que incluiu um prefacio fascista em suas obras (ela inclusive veio a se casar depois com um homem anti-semita).

No final das contas, Nietzsche ainda diz que o super-homem vai se dar mal porque ele não fará parte da civilização. Portanto o super-homem sempre se associa à tragédia.

A vontade de poder de Nietzsche não é de domínio, mas de poder ser.

O único homem além dele mesmo que Nietzsche classificaria como super-homem seria Richard Wagner, compositor cujas obras influenciaram a trilha sonora de O Senhor Dos Anéis.


  1. Matança de populações pelos seus próprios governos. Outros exemplos de democidas são Stalin e Mao Tse Tung.